Instantes de poeta em fragmentos
No cenário do meu hoje
Pasmo!
Incomôdo personagem imposto
Onde as minhas paisagens?
Onde o meu próprio rosto?
Dissonante
Do permane(ser) de mim
Restou-me o transitório
O ego etiquetado
Pela síndrome do que se julga humano
Ao grau superlativo universal.
Os meus olhos que alimentavam sonhos
Hoje insistem em derramar vazios
Análogos à cosmologia.
Seria ilícito o meu amor utópico?
Não sei.Nem mem responderam
Apenas me absorveram em suas filosofias "racionais"
Do que diziam sólidos,exatos,verticais.
Onde as cores do arco-íris?
Onde as primaveras de mim?
Anônimos,
Tão só os gestos tateiam em silêncio
Neutralizaram-me
E das minhas origens
Fizeram sua "História Primitiva"
Nem sobrou espaço para o poeta
Nem mesmo para os rios que lhe corriam nas veias.
Hoje,sub existo
Vendendo-lhes o fruto de uma esterelidade
Arrancaram-me as raízes
Sou apenas mais um ítem prensado em seus estatutos.
E o meu eu,velado
Entrego-o sómente a mim mesma
Entre versos e vasos
Enquanto durmo as horas que ainda não me foram roubadas.