Instantes de poeta em fragmentos

No cenário do meu hoje

Pasmo!

Incomôdo personagem imposto

Onde as minhas paisagens?

Onde o meu próprio rosto?

Dissonante

Do permane(ser) de mim

Restou-me o transitório

O ego etiquetado

Pela síndrome do que se julga humano

Ao grau superlativo universal.

Os meus olhos que alimentavam sonhos

Hoje insistem em derramar vazios

Análogos à cosmologia.

Seria ilícito o meu amor utópico?

Não sei.Nem mem responderam

Apenas me absorveram em suas filosofias "racionais"

Do que diziam sólidos,exatos,verticais.

Onde as cores do arco-íris?

Onde as primaveras de mim?

Anônimos,

Tão só os gestos tateiam em silêncio

Neutralizaram-me

E das minhas origens

Fizeram sua "História Primitiva"

Nem sobrou espaço para o poeta

Nem mesmo para os rios que lhe corriam nas veias.

Hoje,sub existo

Vendendo-lhes o fruto de uma esterelidade

Arrancaram-me as raízes

Sou apenas mais um ítem prensado em seus estatutos.

E o meu eu,velado

Entrego-o sómente a mim mesma

Entre versos e vasos

Enquanto durmo as horas que ainda não me foram roubadas.

Quitéria Régia
Enviado por Quitéria Régia em 25/12/2010
Código do texto: T2691420
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