A DONA DO POEMA
p/ HL
Festa na superfície.
Junto aos vasos quebrados
As raízes expostas
Com um raio de sol
Por testemunha do ato
Junto à janela, sentada
Em uma cadeira de pérolas
A menina escreve poemas
Lança além da janela a alma
Que brinca de fugir dela
Alheia a qualquer comércio
Ela escreve o que só ela
Pode entender e todos
Passearão na superfície
Em dia de quermesse
O engenho se move
O pensamento vai longe
Buscar a palavra certa
Que mora em rua deserta
Em casa pequena
De grandes janelas
Olhos enormes espreitam o dono
da casa que estende a mão pela fresta
Assopra a poesia que nela havia
Para alegria da menina em festa
Que reduz a termo o ser poeta.