Bagdá

Bagdá, noite escura.

No céu profundo, o crescente

Culmina soberano.

Na rua, vícios humanos

Fumam narguilés,

Mulheres, com burcas,

Atiçam-me olhar; misteriosas...

Ao fundo uma mesquita

Silenciosa aponta ao céu;

Menires neolíticos-cuneiformes

Resistem milenares ao tempo...

Saladino, em estátuas e memórias,

Reina no ideal de cada iraquiano.

Os mastins, alheios ao ruído humano,

Vagam pelas ruas superlotadas.

No mercado, pechinchas e usuras,

Se debatem como ormuz e arimã...

E a noite se vai... Lenta... Dormir...

Renascendo como no Sansara...

Bagdá repousa no silêncio...

Somente o crescente impera no céu

E Saladino nos sonhos dos bagdalis.

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 24/12/2010
Reeditado em 01/09/2011
Código do texto: T2688917
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