POMBA
Esta pomba malferida
que pousou na minha janela
me olhava esquecida
e eu me esquecia dela,
era ela a despedida.
Era ela a dor do adeus,
de ver ir embora o amor,
para longe dos braços meus,
para longe do meu vigor.
Não queria vê-la ir,
ir embora eu não queria,
de saudade sucumbir,
de amor eu sucumbia.
Malferida pomba quebrada,
asas largadas na calçada
lembra do que me agrada,
isso é sim da sua alçada.
Mas, para longe te vi partir,
te vi indo rumo ao norte,
naquele ônibus de abadir,
refrigerado de pura sorte.
Fui até o seu ponto de partida,
te levei nos meus braços
mas depois da despedida,
meu coração ficou em pedaços.
Vais para a tua casa,
rever os teus familiares,
vais sem nenhuma asa
vôa livre para os seus ares.
Mas no céu tem águia,
na vastidão do perigo
seja puramente sábia
para eu estar contigo.
(YEHORAM)