Esquálido!
Se quando ouvir o meu chamado
Estiver acamado, tênue, trôpego
Solicitarei , mesmo assim, a alguém um espelho
E , como Dos Anjos, faria derradeira visita esta face
Mas não ditarei poesia alguma
Se ainda houver alguma
Levo-a comigo, encarcerada
Não que haja nesta fronte beleza alguma
Ou que nesta atarracada estrutura
Abatida, deteriorada, haja alguma estrela
É que aprendi a amar estes ângulos
DNA, deus...
Duvidá será só meu encanto?
Cheio demais de vida
Esperando um talvez
Um, talvez, esperando
Estes vincos de insônia fremente
Negros olhos, vivos brilhantes
[Neste instante]
Viveram baços, olhando os passos
Do mundo. Nunca cresceu
E estes profundos sulcos....
Nunca me fiei nestes lábios rosa
De contornos definidos e estigma
De vapor de pastel barato
Cuidado, filho danado, cuidado!
Mamãe faz essa boquinha de peixinho calar-se!
Nunca confiei
Destes saíram impropérios
Inconveniências mil
Devia embeber-se da vida comum
Devia viver mais embriagado
Enfim: nunca me fiei nestes lábios!
Mirar-me-ia longamente...