De mãos dadas
Ana cultivava reminiscências
De uma felicidade irritante
O primeiro amor, o ideal
Aquele finado amor debutante
Chamava-me de louco, sem noção
Insensível, devasso, sem causa
Ana, eu sabia, me amava
Num dia Ana enlouqueceu
Mas não havia torres por perto
Então Ana fez amor comigo
E morreu
No outro renasceu toda acesa
Saíra das cinzas do meu cinzeiro
Declarava um amor jamais sentido
Descasou
Ana odiava minhas vermelhas declarações
Carnais, frias , devassas; dizia
Mas Ana me odiava, eu sabia