Labirinto
Margeando em mim
quadrados perfeitos
dessa simetria desigual
Traçando colunas
rodeando meus olhos
perdidos nos seus
Desvendando meus pecados
profundos
Invadindo como a maré
quando se é a hora
Tão longos são seus braços
em devaneio
Enquanto,
pele
corpo
e uma dose do seu cheiro
infinito, assim.
E essas mãos que transpiram
a vida que esperamos seguir?
São as mesmas que tomo comigo
nos sonhos antigos
sem medo, enfim.
Atrás daquela cortina
Maria, José, Ana, Carlos e João,
há um pé semeado de flor
e naqueles dias de mais amor,
são teus os espetáculos
desse palco íntimo
sem atriz nem ator.
Deixe o som acabar
Deixe a luz se esvair
Deixe a moça partir
Deixe o peito se abrir
durma em paz
que quando dormir
aí então sou tudo
nesse mundo que me tem
ai dentro de ti