Sou

Sou

De repente

Como rio caudaloso a transbordar

Enchente

Como pássaro atravessado

Pela luz do dia

Ou seria

Como areia fina a construir castelos

Belos

Que se derramam ao vento

Lento

De um sopro norte.

Durmo o meu cansaço

Ao regaço

De uma lua calma

A alma

Num canto de armário

Guardada junto com a memória

E a minha história

Tecida

Por um qualquer fio verbal

Acaricia a vida

A poesia

O bem e o mal.

Quitéria Régia
Enviado por Quitéria Régia em 22/12/2010
Código do texto: T2685294
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