Sou
Sou
De repente
Como rio caudaloso a transbordar
Enchente
Como pássaro atravessado
Pela luz do dia
Ou seria
Como areia fina a construir castelos
Belos
Que se derramam ao vento
Lento
De um sopro norte.
Durmo o meu cansaço
Ao regaço
De uma lua calma
A alma
Num canto de armário
Guardada junto com a memória
E a minha história
Tecida
Por um qualquer fio verbal
Acaricia a vida
A poesia
O bem e o mal.