Cotidiano
De trás de uma vidraça espessa,
Ouço o vento bater,
Levanto os olhos pra ver,
O Sol...
Tímido me olhando,
O vento assanhado,
E na sala...
O ar condicionado,
Na cadeira um pensador,
Trabalhador,
Que não pensa em labor,
Vejo o dia passar,
As pessoas a farfalhar,
Os pássaros a voar,
Baixo,
Pois a chuva,
Não demora,
E uma hora,
Ela há de calhar,
Saio de minha gaiola diária,
Crio asas e voo,
Em direção ao céu cinza,
Pra mais uma etapa,
Ouvindo uma aula chata,
E nesse momento,
Ouço os primeiros pingos,
Mas tudo bem...
Isso passa,
crio asas e voo,
Em direção ao céu negro,
Úmido...
Mas tudo bem...
Chegou a hora,
Agora,
Fecho os olhos,
E aguardo novamente,
A vidraça espessa.