Rosa Amarela

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Uma delicada gota

acompanhada de muitas

tamborilou com cuidado a cantiga que as chuvas gostam

de derramar nos telhados dos mosteiros...

Dentro de casa, estávamos nós duas:

Eu e a solidão.

Muito melhor que a confusão!...

Como um padre no confessionário,

da janela, eu escutava o som da chuva

nas folhas fendidas das bananeiras...

Os coqueiros onde o pássaro-preto gosta de fazer ninho

lotavam o terreno!...

Não havia mais nada de novo na terra,

a não ser o indiscutível, indescritível apelo

ao recomeço para acabar

o inacabado...

Ah, de desgosto eu não morro!

Não morro, pois sei de socorro.

Rabisco no ar um SOS

e Deus entende que é uma prece...

Uma medrosa rosa desabrocha

sob os cuidados da jardineira de Lisieux...

Só ver pra crer!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 19/10/2006
Código do texto: T268342