Modinha de Santo Cristo
Em Santo Cristo há um túnel, que é só sonho
Em sua entrada anjos sobrevoam o tempo
E a Modinha nos ouvidos ecoando
No fim do túnel, há uma dama me esperando.
Doce donzela que de arpejos nasce a voz
E o seu manto colore nossos campos,
Desses teus olhos sai a nuance desta terra
Digo-te, Deusa já és tu o meu algoz.
Em tuas melenas se enroscam meus desejos
E a sua boca é um sonho infernal
A Modinha nesse corpo se instalou...
Para por fim à meu triste carnaval.
Teus belos seios representam a castidade
De suaves montes, que o sol faz de exílio
E neste ventre há uma flor puniceada.
Dando alento aos lamentos mais casquilhos.
Morrer eu quero, em teu corpo flamejante
Olhando estrelas cintilantes de teus olhos
Sentir o gosto agridoce desta carne
Entre carícias e segredos delirantes.
Rio de janeiro, 10 de dezembro de 2010.