Hoje
Hoje eu não quero
sentir o peso
dos chinelos
sob
os meus pés,
nem o vento (mesmo
que de suavemente)
pousando
sobre
os meus ombros
[doridos.
Hoje eu não quero
nenhuma palavra
de ternura,
ao menos um gesto
vago,
nem um riso
dissimulado...
Sequer, um olhar
[de candura.
Tudo
de que preciso hoje
[é:
do silêncio,
do abandono,
da solidão...
Pois só eu sei
onde bate a dor
[que dói
no íntimo do meu
coração.