errâncias

te espero nos cantos de um sonho

ou lembrança,fugindo fugaz

na mesma impermanência ,leveza

do sorriso das meninas pulando corda

me embrenho no cotidiano superlotado

não distinguo mais as vozes dos cartazes

teimoso corpomente sobrevivo,atravesso

no saguão da memória inundada de gente

procuro um vestigio teu

teu sorriso naquela noite quente

teu corpo espichado em brancura preguiçosa

os silêncios entremeados de denso desejo

transpiro-me a cada suspiro

relaxo o arco no amanhecendo -teus braços

quais são as marcas dos divinos amores

não respondo enquanto me guio por eles

driblado por circunstâncias,parceiro de acidentes

no céu do meu barco em alto mar

procuro a constelação brilhosa da tua risada

tenho cura?desconheço

ando meio variando?erro caminhos de forma certeira?

vago nas vagas que ninguém quer?desfaço.

não percebi a dica insistente dos adivinhos?

esqueço o mapa do tesouro milionário?

sempre me espanto com minhas bizarrices

como elas não se cansam de mim?

manias não me faltam,manias estão sempre por aí comigo

como são fiéis os meus sintomas!

chego a confundir fidelidade ,fé e doenças crônicas

mas teu recuerdo também não me abandona

item obrigatório no baú de viagem

item de sobrevivência,salva-vidas

salvando sempre a minha

me prolongo?bois bisonhos marcam passo

no calor torpe da tarde

já cheguei?