ENGAIOLADO
Sou passarinho que canta
Sua liberdade roubada
Por aquela triste gente
Que se acha inocente,
Mas tem vida maculada.
Sou canoro que voa
Nas asas do pensamento;
Voa livre, sem destino,
À procura do menino
De outrora, sem lamentos.
Sou um pássaro sonhador,
E sonho co’a liberdade
Que me fora roubada
Numa ação alardeada
Pelos gritos da vaidade.
Vivo, hoje, solitário
Entre as grades da prisão,
Mas canto mesmo assim
Pois um dia terá fim
Essa minha solidão.