Guardo sinais

Tenho uma rachadura

Onde escorrem verdades

Que os segredos não escondem.

Invade de abraços o próprio regaço

Nos frouxos passos que não dei.

Guardo sinais no alargado sorriso

Que esconde o pouco riso

Que a vida sem você me dá.

Dores cedendo queixas

Na insossa calma

Do vício de cada dia

Censuro qualquer traço de realidade

Que não seja a verdade

Desse amor nossa alegria.

Sacraliza abençoado Deus

A vida da gente

Sem falso desencanto

Tira de meus olhos esse pranto

Satura o que me parte ao meio.

Segreda apenas em meus ouvidos

Que não tenho mais as sombras

Deste vão solto em suas mãos

Somos os enlaces de nossos princípios

Vencidos precipícios

Que tocam de leve o chão.

Fazendo atadura

Nessas rachaduras

Chamada solidão.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 20/12/2010
Código do texto: T2681772
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.