ONTEM E AGORA
A árvore crescida à porta de casa.
Nos galhos desta árvore de idade madura
Brincam pássaros bonitos de branca plumagem
Saltitam e cantam e fazem sua festa
E nela, a alma sedenta, mergulho.
Chegam-me agora tempos idos/criança
Àquelas noites gostosas de lua cheia
Nos galhos potentes das árvores à porta
Do nosso abrigo e lar sertanejo
Os pássaros em seu repouso sereno
E eu, energético o corpo e de mãos travessas
De passos lentos, furtivos e jovens
Os pegava e os soltava, os pássaros.
Inquieto-me agora em saber a verdade
Se sonho ou não, à lembrança casta
Em surpreender os pássaros e depois soltá-los
Por prazer de, em suas totalidades, apalpá-los.
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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 39.
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