NÃO ME SERVE A LIRA
Aqui, estou!
Com as mãos fina e desancadas,
Com o corpo frágil e dolorido,
Com os olhos míopes e enfadonhos.
Com essas regras de horarios,
Com o peito igual,
Igual desde, eu
Sempre.
Igual desde, eu
Menino.
Igual desde, eu
Pedra!
Fui pedra desde que te vi parti,
Sou pedra,
Pois, espero ti.
E sendo algo que não vive,
Imóvel,
Duro,
Vela em ventania!
Construir-me seco,
“ tornei-me poeta”
E aqui, estou!
Nessa briga que travo, sobre esse papel,
Ponho palavras que me são rimas,
Não para mim,
Que já não, mas serve a lira,
Pra vós!
Que vêem com chitas.
Aqui, estou!
Mas, inda posso passar!