NÃO ME SERVE A LIRA

Aqui, estou!

Com as mãos fina e desancadas,

Com o corpo frágil e dolorido,

Com os olhos míopes e enfadonhos.

Com essas regras de horarios,

Com o peito igual,

Igual desde, eu

Sempre.

Igual desde, eu

Menino.

Igual desde, eu

Pedra!

Fui pedra desde que te vi parti,

Sou pedra,

Pois, espero ti.

E sendo algo que não vive,

Imóvel,

Duro,

Vela em ventania!

Construir-me seco,

“ tornei-me poeta”

E aqui, estou!

Nessa briga que travo, sobre esse papel,

Ponho palavras que me são rimas,

Não para mim,

Que já não, mas serve a lira,

Pra vós!

Que vêem com chitas.

Aqui, estou!

Mas, inda posso passar!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 19/12/2010
Código do texto: T2679964
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