Máscara necessária
Entendo a máscara necessária
Que empresta por um momento
As linhas que nos delineiam
Numa combinação exata.
Sem apegos irritantes
A uma realidade enroscada
Em nossos exílios
Ou soltas...
Em nossas vitórias vazias.
Só não concebo
Uma insolente coragem
Que normaliza a aparência
Essa que vagueia
No pêndulo da inquietação
Entre a verdade e a mentira
Trabalhando ponteiros da ilusão
Fugindo do equilíbrio
Por imaginar ali sua paralisação.
Balançam ponteiro recorrente
Nas desoras o fim
Sem tempo de voltar
A sua essência
Imaginoso relógio da existência.
Badalo da agonia
Fechando em intervalos regulares
A nossa mais verdadeira e louca alegria.
Talvez seja esse o preço
Por ocultar a realidade
Priorizando as fantasias.
Vive sem entender
Suas próprias alegorias.