SE DESCULPANDO
As coisas horríveis que te falei,
falei-as no momento mais insano
que dirá, então, se me tomei
de coisas que não me ufano?
Diga-me pois, das coisas tão boas,
do mais impoluto das pessoas,
que a vida toda te declarei,
olhando de perto a tua timidez
e de que sempre me orgulhei,
de coisas que falei na lucidez.
Não consideres pois, o insano,
nem nosso lado profano.
Tudo que foi dito na ira,
na pressão das circunstâncias,
a minh´alma, isso retira,
são coisas mesmo sem estâncias,
pois temos muito mais o bem
para dar do nosso amor,
mais do que dar esta dor
é o carinho que nos convém.
(YEHORAM)