Fluidez
E coreografo amanheceres dentro de mim
Sugestivamente carnais
Que chegam a imitar
O vegetal e o concreto,
Metáfora subentendida, eu sou.
Calendário de mim mesma
Construo-me tempo necessário
De ser ou não
Sou pluralidade existencial.
Metamorfosio continuamente
O místico
O louco
O poeta.
O místico, o louco e o poeta
Serão sempre eternos passageiros
Transitórios de mim.
A estrutura biológica
Não garante o sólido do que sou
Minha fluidez suplanta
Matéria e átomos.
E eu escorro livre
Sem cais
Sem porto.