Em "vitro"...

Palavras...Palavras... Mil e tantas... Tantas e nenhuma.
Saborear de muitas... Ter todas nas mãos e no destino... Um sofrer em tampas...Em escolhas mal sucedidas.
Perambulo pelas frestas... Pelas sombras de uma janela encantada... Passos e sílabas... Portas fechadas.
Roga-se um amor mais bonito... Sabe-se tudo... Encontrar-se-á abrigo?
Uma mensagem seleta... Em "vitro" escondida... Em suco de limão mascarada. Fora dos sistemas dos vivos...
Gosto do espetáculo das páginas escancaradas... Da Verdade apresentada... Não dos passos e pétalas dispostos ao nada.
Acordo da dança mórbida... Lanço ao vento outro caminho... Posso escolher a face que as moiras lançam... Outro gosto...Outro sentimento pró-ventre.
Ainda dito as palavras... Mas, só para quem as ouve de fato...
Contam-se nos dedos os dias... Vida canta... Mil marias.
E se eu falar dos damascos mordidos por dois... Ou das flores nos cabelos... Ou dos sonhos açucarados e sem tempo.
Saboreio a última colherada de sentidos... O guardar tinha outra significação... Mas, nisso também falhamos.



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