De falsos olhares
Nem sempre os olhos respondem à alma,
quase nunca, na verdade, para quem sabe
esconder o que quer. Olhos de quem bebe
e aliena a vista, da boca a mentira calma.
Com os olhos vermelhos, provável sono,
vulnerável no espelho, propício a dizer
tudo aquilo que questionado puder ser.
Aquela é a esperada derrota do trono
do orgulho. Que triste mentira vivida!
Por tolos crédulos, estes. Que nivelam
por baixo, todos nós de astúcia erguida
por todo e qualquer tempo. Com sentidos
sempre atentos, e verdade bem escondida,
para, desde sempre, evitar mau-entendidos.