De falsos olhares

Nem sempre os olhos respondem à alma,

quase nunca, na verdade, para quem sabe

esconder o que quer. Olhos de quem bebe

e aliena a vista, da boca a mentira calma.

Com os olhos vermelhos, provável sono,

vulnerável no espelho, propício a dizer

tudo aquilo que questionado puder ser.

Aquela é a esperada derrota do trono

do orgulho. Que triste mentira vivida!

Por tolos crédulos, estes. Que nivelam

por baixo, todos nós de astúcia erguida

por todo e qualquer tempo. Com sentidos

sempre atentos, e verdade bem escondida,

para, desde sempre, evitar mau-entendidos.

Eduarda Daibert
Enviado por Eduarda Daibert em 16/12/2010
Código do texto: T2674603
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