Bagas da poesia
O poeta não escolhe a poesia, a poesia o escolhe!
Ele apenas recolhe o óbolo dos termos!
A poesia lavra os terrenos da linguagem e oferece aos poetas!
As suas bagas prediletas, apetecíveis nos verões ou nos invernos!
O poeta não escolhe a poesia, a poesia o escolhe!
Ela, solícita, acolhe o poeta, quando esse acometido!
Pelo desânimo, ferido, e lhe oferece um mimo!
Ela lhe dá arrimo! As flores do seu campo tão florido!
O poeta não escolhe a poesia, a poesia o escolhe!
E ele colhe os frutos tersos e os perfumes suaves!
Ele ouve as canoras aves que voejam! Som divino!
E a natureza faz um hino de liberdade e não de entraves!