DO APRESAMENTO

Onde o cotidiano

é mais do que

a minha tessitura ôntica?

Onde o espaço

para fugir do apresamento?

Cadeias sociais que corrompem

e a ferrugem

oxida os dedos.

O poeta, além do tempo,

refunde

a voz da angústia.

Debruçado sobre o real

atestarei o óbito?

– Do livro FORÇA CENTRÍFUGA. Porto Alegre: Livraria e Editora P. Alegre, 2ª ed., 1979, p. 51. Texto e formato revisados.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2673480