Desvontade do meu eu-anti-poeta

Com dores de parto registro a poesia

Cansado e zangado termino outro dia

reciclo retalhos componho de denovo

não gosto, mas faço pro bem do meu moço

Esse eu que teima em ser lírico

nunca assim chegará a ser rico

quanto menos reconhecido

pois que perde por pouco a luta

não desiste não corre da chuva

em momento que falta a alegria

minha culpa quem perco a magia

Em migalhas lhe dou o que pede

que é ser livre de dentro da máscara

deste pobre arrastado palhaço

que tem fome de diaria poesia

mais (+) sou morno em dia após dia

E em prantos rechaço

mais dor para o parto

promovo ainda

esboço poesia

Bandeirante do Universo
Enviado por Bandeirante do Universo em 14/12/2010
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T2671694