A FLOR QUE BRIGOU...
A flor que brigou comigo
no meio do meu jardim
compreender não consigo
ao ver chegando ao fim
o amor que tinha por mim.
Não sei da fatuidade
que de pronto te consumiu
impuseste a tua verdade
por causa de um perfil.
A flor que brigou comigo,
da força que lhe extraiu
em posse de seu umbigo
uma agressão me atingiu.
Nos vastos do meu jardim,
na pétala do meu coração,
sentiste ódio por mim
como se eu fosse um ladrão.
E no meu desespero louco,
com medo de te perder,
chorei talvez um pouco
sem chances de entender.
Eu vi o sol se apagar
olhando para a minha cimeira,
sombras sobre o meu mar,
o vento parou na palmeira.
Triste a minh´alma sem sonho,
agora recai em seu luto
me fala um vento tristonho:
A dor só dura um minuto.
Mas se te perdi me ganhei,
pois sei quem na vida eu sou,
tu não digo que sei,
sei que o mundo não acabou.
Mas a flor que é delicada,
me atingiu de surpresa
com um golpe da mão pesada
me deixando sem defesa.
Tu escolheste o caminho
eu, porém, não tive escolha,
mas o sol também vive sozinho
sozinha, no vento, vôa uma folha.
(YEHORAM)