carta
Guardo a carta
Desse baralho misturado
Não se sabe o naipe
Que ela traz desse lado.
Não são jogadas desonestas
Que se cobrem
Numa última cartada.
São olhos sinalizando
A próxima jogada.
A mão bate sobre a mesa
Num truco seis
Incontidas emoções guardadas
Rasgando o silêncio desse talvez.
Alguém reclama ruído
Do cheque-mate da situação
Antecipada decisão.
A xícara se quebra
E o café ainda quente
Escorre pelo chão.