Lá vão
saúvas ordeiras
em fila ranzinza
em regime austero,
construindo abrigos
ferroando a terra,
sovinando folhas,
como se o futuro fosse de miséria.
Lá vão
ao fundo
do buraco do mundo
com medo do amanhã.
Ah... minh´alma aventureira,
asa aberta ao riso
e ao viço das idéias -
foge das formigas
que sangram os braços
e ferem as pernas.
Ignora o ranço da desilusão
e foge,
sim,
desses castelos
que não sobrevivem
às chuvas de Verão,
porque és borboleta.
E borboleta não chora
nem resmunga.
Apenas voa.
Leve.
Bela.
Livre.
No ar.