Canto I

 



Leva-me obscuro momento
por lá me assento.
Entre tantas idas
sem volta…
De cabeça vou…
Levo-me inteira,
instalo-me  em pedras.
Escrevo linhas e mais linhas
Nada…nada…
que vinha.

 

 



Tantos passam por mim!
Olham-me …estranha!
Alma piedosa
Singela.Bradam
-Tão linda,segurando flor!
Mal sabem o que há.
Coração amargo.Diz:
-Não quero espelho.
Vejo-as instaladas.
Lá estão ,rugas de dor.

 

 



Cortejam-me por aqui.
-Não sei por quê?
Fito o mar. Contemplo!
Olhar longe enternecido.
Coração outrora compadecido.
Que chore,amor esquecido.
De outras idas.
Longe em super vidas.
Adormeça voz que proclama.
Cale-se… Se não ama.

 



Canto II

 



Contaram-me história.
Na glória…grande história!
Cabeça erguida,esguia.,
Cultura vasta,alastra
passando e informando.
Ah…moça  cá vinhas
Teus  passos faço sentir.
Rastros marcados ,por aqui.
Neste…sob o mesmo luar.
Horas e horas livros a devorar.

 

 

 



Sentavas nesta cadeira,
Com sua majestosa cabeça erguida,
olhavas as garças!
Sobrevoavam em cenário propício.
Era como se soubessem
 que logo irias se afastar.
Desfilaram por aqui ,baleias
muitos golfinhos vieram saudar.
Hoje baixamos o nosso olhar
Até areia aqui vieram colocar.

 

 



Sereia da areia,donzela ,esmera.
Contam agora os pescadores
Suas aparições em noites  prateadas
Homens com suas vestes molhadas
Sentiram aroma de tua flor.
Sereia…donzela,foste
Nenhum pretendente chorou
Por aqui passou…
Sua presença,aqui finda.
Vieste virgem e assim foste!



Contada em quiosque que frequento.Segundo alguns ,esta moça aparece sentada lendo um livro após sua morte.
Regina Ferreirinha
Enviado por Regina Ferreirinha em 13/12/2010
Reeditado em 13/12/2010
Código do texto: T2668931