Soneto aos Poetas
O poeta quando passa é passarinho
Quando para, tudo passa e ele pensa
Quando pensa, se desdobra em seu carinho
Traduzindo em poesia a dor intensa.
Porquê rima a própria vida enquanto passa;
Quase escoa como a água, em puro dom;
É que vida sem poesia não tem graça,
Pois a graça da poesia é a luz do som.
Aos poetas, sonhos encantados;
Se o poeta é desencanto a vida cala,
Pois a vida, a própria vida, é como um canto.
O poeta deu a lua aos namorados,
E o luar, que é tão bonito, nem se fala,
Ele cobre a própria noite com seu manto.