UM BEIJO EM TEUS LÁBIOS
UM BEIJO EM SEUS LÁBIOS
Das sete chaves que trancaram meu destino,
Das sete vidas que deram a este menino,
Dos sete erros por mim cometidos,
Das sete vezes que tombei destemido,
Entranhas minhas viram o sangue correr mais denso,
O calor do meu corpo atingiu seu limite intenso,
Desejei-te nua, amei-a à luz da lua,
Convergi todos os meus pecados e fraudes em uma mesma rua,
Recrutei sentimentos a muito abandonados,
Desejei e quis estar inteiro e pleno ao seu lado,
Uma oportunidade...um sonho de novamente ser amado,
O sopro do meu peito soletrava as letras de seu nome,
Armadura poética e patética que aparece e some,
Enverguei-me ao grau máximo no seu corpo,
Espelhei-me diante de sua imagem, como o náufrago em uma miragem,
Naveguei em “viagens” que iriam se confirmar um dia,
São os erros da palavra amor,
Causa primeira de todas as coisas,
Malditas letras que o destino não permitiu-me soletrar,
Tu tinhas os encaixes perfeitos para minha perpétua solidão,
Metamorfosiei-me em um inseto nativo em podridão,
O cheiro acre e azedo dos esgotos são agora meu lar,
Tudo isso pelo mero direito que pensava eu portar,
Não...não me é permitido amar,
Florestas, bosques e matagais,
Chuvas, tempestades e vendavais,
A densitude dos meus sentimentos são amplas,
Os percursos e estradas que escolhi são tantas,
“nada mais vai me ferir, porque eu já me acostumei,
com a estrada errada que escolhi e com as minhas próprias leis”
Se te firo, fora porque ferido eu fui antes,
Se te mato, porque morto por ti eu o fora dantes,
Se te quero, porque por ti fui querido antes.
Sérgio Ildefonso Jan/2004