MORTE LENTA
Meu bravo Rio Parnaíba
A tua morte lenta é visível
Insensível àqueles homens
Que te poderiam evitar
De tão amargo cálice.
Calados ficam aos apelos
Desta que, contigo, morre.
Quanta sabedoria tecnológica
De que vale se, desprovidos são
Da vontade, do querer, do amor.
Voltam-se para si próprios
Iludidos de que a si bastam.
Existe um porém, meu Bravo,
Não nos matam a essência.
Dado esse real descaso
Temo que a morrer também venha
O teu existente canal.
A indiferença é pior que o ódio.
Nela, inexiste sentimento.
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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 33.
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