MORTE LENTA

Meu bravo Rio Parnaíba

A tua morte lenta é visível

Insensível àqueles homens

Que te poderiam evitar

De tão amargo cálice.

Calados ficam aos apelos

Desta que, contigo, morre.

Quanta sabedoria tecnológica

De que vale se, desprovidos são

Da vontade, do querer, do amor.

Voltam-se para si próprios

Iludidos de que a si bastam.

Existe um porém, meu Bravo,

Não nos matam a essência.

Dado esse real descaso

Temo que a morrer também venha

O teu existente canal.

A indiferença é pior que o ódio.

Nela, inexiste sentimento.

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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 33.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 12/12/2010
Reeditado em 28/06/2012
Código do texto: T2667997
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