Um punhado de vento
Tenho um punhado de vento
Guardado no pensamento
Sempre que sopra a favor
Componho versos de amor
Se soprar a contratempo
Ensaio um breve lamento
Se o vento me fustigar
E o não consiga acalmar
Deixo-o seguir o seu rumo
Nada mais me prende a ele
Se o retenho a força é dele
Fico cativa à mercê
Se o libertar fico eu livre
Para arbitrar o meu destino
Escolher a minha condição
Vai-te vento, faz-te ao largo!
Devolve-me a acalmia
Já minha alma bramia
Ao rugir dos teus encantos
E o mastro desavisado
Avança no mar salgado
Ao sabor do teu comando