ÍNTERIM DO ABSURDO...
“Quando se não chora, parece que as lágrimas nos caem todas cá dentro e queimam; e o padecimento é então de morte.”
Dinis, Júlio
Se eu choro,
se eu calo,
se eu urro
ou se sussurro...
Nada altera, nada varia.
Tudo continua ermo dentro de mim.
Meus olhos falam, não falham, fitam o além...
Depois olham para dentro de mim
e enxergam a dor que
padeço e você não vê.
É a minha dor extremada
no reflexo de mim mesmo.
É nesse ínterim do absurdo
que brincam
dentro de mim:
a ferida e a dor
o amor e a saudade,
eu, você e as vontades...
Se eu choro
se eu calo,
se eu urro
ou se sussurro...
Nada altera, nada varia.
Tudo continua ermo dentro de mim.