DESCONHECIDO DA NOITE

A noite, a esta altura, ja não me reconhece,

em virtude da minha ausência no seu regaço;

não sou mais seu produto quando anoitece,

a cada dia, eu sou ainda mais escasso.

Já durmo cedo, mesmo finais de semana,

porém não tenho horas para acordar.

Quando amanhece o dia que sua luz emana,

uma nova chance tenho para te amar.

A noite esquece o meu nome, a cada lua,

pergunta as estrelas: Quem é este aí?

Em plena lua cheia, no calor da rua,

penso no vazio, lembro-me bem de ti.

Não vejo vida e nem graça lá fora,

só encontro consolo na minha poesia.

Ela não me entende nesta hora,

eu escrevo, eu sonho, tudo que eu faria.

Não vou mais relembrar a noite festiva,

nem pensar mais naquilo que machuca,

prefiro que me esqueças, nada me motiva,

infelizmente a nossa briga já está caduca.

Vou voltar a ser um desconhecido,

entro para a alma tranco as janelas,

nem vou perceber quando anoitecido

cobriram no céu nuvens amarelas.

Vou dizer adeus a noite iluminada,

por que sem ti, amor, é vazio a rua,

não brilham os letreiros da fachada,

nem as estrelas, nem a bela lua.

Mas quem sabe eu não volte um dia,

não remova a sombra e devolva a iluminação,

posso ressucitar de novo a alegria

e em mim voltar a ter o vívido coração?

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 12/12/2010
Reeditado em 18/05/2011
Código do texto: T2666907
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