sou eu

enquanto o orvalho

cai dos olhos da noite

sou eu o espantalho

o solitário

o que restou na escuridão

sou eu quem resiste

sou eu quem espera

moro em cada um dos meus sonhos

em cada palavra da poesia

em cada gota de chuva

em cada primavera

os primeiros raios de sol

se debruçam na janela

na cama vazia

nos lençois frios

nos cobertores de lã

sou eu o perdulário

o ladrão dos beijos

o incendiário da manhã

sou eu quem nunca dorme

quem sempre mente

quem faz arder o peito

sou eu o sujeito

o causador das lágrimas caídas

o dono da saudade reticente

o eterno culpado pelas despedidas

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 11/12/2010
Reeditado em 11/12/2010
Código do texto: T2665861