Quisera ler-me em cartilha
No repetir pausado das ondas,
No ousado apontar dos mastros,
Sangra ao brilho dos astros
Sem romper a luz do dia,
Alvas gotas, só alabastro,
O sol lavando a nostalgia.
Soluçando, silaba por silaba,
Em cadenciadas colcheias,
A tristeza que punge o dia
Por tanto brilho não ver
Nem mesmo das luas cheias
As trevas poder quisera
Em aurora adentrar,
Seu brilho desconhecido,
Seja em riso atroz de quimera
Um instante poder tocar
No repetir pausado das ondas
No brilho secular dos astros
Sangro meu descompasso
Tentando me encontrar.
Versar saberei o que sou
Segundo um primeiro juízo
Das sombras desta ilação:
A estrela que fora brilha
Brilhará no coração.
Quisera ler-me em cartilha!