Desacordo
No desacordo das minhas preces infantis
Se oculta um desejo macabro...
A natureza que foi escondida
Em porões profundos
Rebelou-se de sua forma injusta de viver.
Ritmada com o meu pulmão
Ela me expulsa do meu corpo
Agigantada de fome
Ela não tem princípios
E não pretende.
A pujante deformidade
Estabeleceu seus métodos.
Não são ardilosos, nem frios.
Ela estremece com fúria gloriosa
Expandindo sua demência eloqüente
Aos confins do meu corpo.
Se mostra livre em sua nudez
Escandalosa
Febril
Consentida
Em seu estado degradante
Calamitosamente meu.