PRIMÓRDIOS - SEGUNDA AVENTURA : POESIAS E CONTOS EXPERIMENTAIS - APRESENTAÇÃO
Vão aqui os resultados de todas as minhas “inspirações poéticas”, das horas de minhas “viagens” pelos textos das Literaturas (portuguesa, brasileira, africanas, ocidental), e também, das horas ociosas em que a mente procura evadir-se das pressões do dia a dia em lugares de máxima beleza, sossego total, vivência feliz, para com isso, sobreviver por mais tempo ao tumulto de nossa sociedade.
São poesias que devem ser lidas ao sabor do vento, na tranquilidade das horas, isto é, nos momentos de total relaxamento do ser ou mesmo nos poucos minutos involuntários de espera, como nos intervalos de jogos de futebol, nas filas dos bancos, supermercados, cinemas, teatros, etc. Aproveito também para apresentar meus contos experimentais (são quatro: O grande mistério, Um bailarino diferente..., Conto de felicidade e Anedota do pedreiro chinês e a flor) e peço aos leitores que tenham paciência com eles, afinal também são filhos (jovens, mas filhos). Desejo angariar alguns minutos da preciosa atenção dos leitores, senão para o livro todo, estarei feliz se um dos poemas ou contos alcançar o objetivo.
São poemas escritos (todos) entre os idos de 2006 a 2009, sendo os contos do ano presente (2010), e só agora vão a lume, com isso espero contribuir para minimizar os problemas acarretados pela falta de leitura dos estudantes (principalmente nos níveis de Ensino Fundamental e Ensino Médio) e de todos os cidadãos, ou seja, cooperar para a formação de leitores, porque acredito que o ato de ler, também pode e deve e ser divertido.
Boas leituras!
O Autor.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................05
PEQUENAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A POESIA........ 07
SONETOS........................................................ 09
SONHO DE POETA............................................. 10
A FAMÍLIA CAJU................................................11
SONHO DE AMOR ..............................................12
Anjo meu.........................................................13
Meus pensamentos em ti ....................................14
GÊNESIS... ......................................................15
SE.. ...................................................... 16
SOLIDÃO DE VOCÊ ............................................17
Sou eu! ..........................................................18
O que é o amor?................................................19
NOVA MUSA .....................................................20
SOLIDÃO DE MORTE TRISTE ................................21
Onde estão os limites do amor? ............................22
POEMA (QUASE) CONCRETO: TRÊS TÊS .................23
Palavras! .........................................................24
TECIDO ...........................................................25
UIARA .............................................................26
O homem de várias faces ....................................27
Enamorado .......................................................28
Sem palavras ....................................................29
Procura-se o Poema ...........................................30
Saudades de um Brasileiro ...................................31
AFODITE ..........................................................32
MUSA ..............................................................33
Pérola ..............................................................34
Procura ............................................................35
DECADÊNCIA .....................................................36
ADORMECIDO ....................................................37
FIM .................................................................38
CONTOS EXPERIMENTAIS
O GRANDE MISTÉRIO ..........................................40
Um bailarino diferente... ................................42
Anedota do pedreiro chinês e a flor .......................45
CONTO DE FELICIDADE .......................................47
A FAMÍLIA CAJU
Era uma vez a FAMÍLIA CAJU
composta por Papai, Sofia e Ju.
Sofia (CAJU): faz balé e natação,
livros, textos, cinema e televisão.
Por que CAJU? Chamam-na de Juju,
todos dizem - vem cá Ju - (CAJU) ficou.
A familia (CAJU) vive a viajar,
rota: Rio-Petrópolis e mar.
Papai (CAJU) come: jiló com chuchu.
Juju (CAJU) gosta de aipo e angu.
CAJU tem os cabelos cacheados
corre para não serem penteados.
Cresce a família comendo caju.
Aos domingos: churrasco e peixe cru.
SONHO DE AMOR
Sonhei em sonho de amor que estava
em terra de paz e felicidade.
Cicerone: fantástica loura.
Musa: grandes, lindos olhos azuis.
Um corpo magro, modelado, esguio...
Adorei esta loura e, encantado,
quis com as forças do meu coração
namorar esta maviosa mulher.
Infelizmente, intrépido não sou,
não tenho Símbolo de Nobreza,
humilde discípulo em Letras sou.
Mesmo assim, Ela deu-me o "telefone",
liguei..., obstou a família e NÃO!!!
Adorável sonho... Sex Rapunzel!!!
SONHO DE POETA
Cantas tua musa e tuas verdades.
Tu és alegre, tu és sensível.
Queres para o Mundo: felicidades.
Poeta torne seu sonho possível.
Desejas para todos: liberdades.
Tu possuis idealismo invencível.
Sonhador... Artesão das sensibilidades...
poeta criatura indestrutível.
Defendas os valores cotidianos.
Que tua vontade dure por anos.
Canta o choro do coração fendido.
vítima flechada pelo Cupido.
Cantas para o Amor que não frutificou
da triste alma que o destino separou.
"Que ninguém doma um coração de poeta!"
Augusto dos Anjos (1884 - 1914)
CONTOS EXPERIMENTAIS
O GRANDE MISTÉRIO
Um dia, no cimo de uma grande montanha, um Santo Homem aproximou-se de Deus, trazia consigo muitas dúvidas, muitos mistérios, muitas indagações, necessitava de muitas respostas, mas uma entre todas tinha a sua preferência, não exclusivamente sua, mas de toda a Humanidade.
Uma dúvida que há muito nos aflige e tem estimulado aos sábios de todos os tempos: egípcios, hebreus, gregos e troianos, latinos e muitos que vieram depois (os alquimistas da Idade Média, os gênios do Renascimento, os Iluministas franceses) e agora, os teólogos modernos.
Embevecido com o magistral momento, o maior da raça humana, o Homem meditou, concentrou-se..., e finalmente, face a face com o Criador, o Magnânimo, o Pai Celestial, o Supremo Ser..., Nosso Senhor e Deus Todo Poderoso..., envolto e extasiado pela luz que Dele emanava, maravilhado com os clarins angelicais que anunciavam a presença do Senhor, o Santo Homem reuniu suas forças e perguntou:
- Senhor meu Deus - Quem somos nós? Por que estamos aqui? Para onde iremos?
Fez, emocionado pelo momento, as milenares perguntas, e como todo o restante do Planeta, aguardou calado...
A Terra parou totalmente: as águas cessaram as ondas, os ventos não foram mais aos moinhos, as tempestades calaram, furacões e tufões ficaram em silêncio, desapareceram os terremotos; os animais ficaram atentos e "as baleias não mais cruzaram oceanos"; o trânsito serenou; a violência se fez branda e pediu Paz; não houve Fórmula Um e o Senna não mais "pilotou"...; a sinfonia de todos os dias emudeceu; desapareceram as guerras; acabou a fome; morreram as doenças; exterminaram-se as Pestes; o especulador não especulou; os ladrões não furtaram, não roubaram, não mataram; o guarda não apitou; findaram-se as Drogas; ninguém foi à piscina, à escola ou ao trabalho; o trovador não mais cantou sua viola; o nenê cessou de chorar, as crianças pararam a algazarra; não houve mais protestos; o aposentado não foi ao Banco receber seus míseros proventos; as fábricas pararam as fumaças; ninguém procriou; os filósofos não racionalizaram; o sonhador não sonhou; os jesuítas deixaram de lado a sua pregação, o pastor não foi à igreja, o padre não se manifestou.
O Universo paralisou-se em silêncio..., todos aguardavam uma solução para o Antigo Enigma..., mas nesse grandioso momento, infelizmente, um distraído e sonolento ratinho branco, totalmente apático ao que estava acontecendo, guinchou chamando pela "mãe", e foi uma zoada só..., um barulho ensurdecedor..., e com o susto, tudo voltou ao normal. Nós perdemos a oportunidade de ter esclarecido esse Grande Mistério, e Deus?... Simplesmente evaporou-se aborrecido...
Ficou o nosso Santo Homem solitário no ápice da montanha.
E eu caí da cama!...
Um bailarino diferente...
Que a arte (ideal de beleza) tem como principal função retratar o belo (o que tem aparência agradável) todos sabemos, mas o que não esperamos é que junto a esse belo possamos encontrar também o feio (desagradável à vista)isto é, um misto de belo e feio nessa mesma arte. Não o feio repugnante que provoca arrepios, mas o feio tolerável, aquele que não deixa nojo, isento de piedade ou outro sentimento do gênero.
Em se tratando de beleza, principalmente na arte de dançar, ela está bem próxima, é muito expressiva, e, infelizmente, esse é o ponto de vista que está inserto em nosso inconsciente, essa é a idéia que faz parte do nosso psicológico, é dessa maneira que é feita nossa associação mental, embora sejam desconhecidas as origens de tal "conceito".
Leiam o que aconteceu numa tarde de domingo quando fui ao Teatro Nacional para assistir a um espetáculo de dança.
Entrei, e como de costume, sentei-me na primeira fila. Caminhava o bailado quadro a quadro, até que em dado momento entrou em cena um bailarino diferente..., diferente do tradicional; era jovem, vestia branco, glúteos enrijecidos sobre pernas torneadas por sessões de academia, piruetas acrobáticas, e apesar de total domínio na arte de dançar, de realizar de maneira confiante todos os seus movimentos, angariar aplausos e provocar frenesi a um público entusiasmado sendo aplaudido de pé..., um pequeno detalhe o diferenciava, escapava a tudo que estamos acostumados..., não possuía na face nenhum sinal de beleza, lembrava o tocador de sinos de Victor Hugo (*), em suma, era feio, muito feio.
Amanheceu... Estava muito excitado para prestar atenção ao relógio, saltou da cama, era o dia de sua apresentação no Teatro Nacional, por sua mente, quadros e mais quadros lembravam-lhe a aventura no mundo da dança, lutara por seus objetivos, vencera o cansaço dos ensaios diários, enfrentara o desafio da dedicação exclusiva, tivera muitas ausências em reuniões sociais...
Colocou todo material na bolsa (sapatilhas, a fantasia da apresentação, a caderneta que o acompanhava a todos os lugares) foi correndo para o teatro, chegou na hora da reflexão costumeira antes da entrada no palco, fez todos os preparativos enquanto seus colegas gritavam palavras de incentivo, ouviu seu nome ser anunciado, respirou... Entrou com elegância de movimentos, executou todos os passos de maneira correta, e como sempre, arrancou aplausos e, ao iniciar o retorno para o camarim, no exato minuto em que fazia mesuras de agradecimento, alguém na primeira fila chamou-lhe atenção, percebeu algo diferente..., um baixinho careca, usando óculos e barrigudo aplaudia com entusiasmo..., mas como era feio o tal baixinho!
Depois de algum tempo analisando o fato procurei por lições, infelizmente não estamos acostumados ao ocorrido, convivemos com a idéia clássica de que no BALÉ; entendido como coreografia apresentada ao público por diversos dançarinos, geralmente acompanhada por música; prevalece a imagem do belo, não sendo comum encontrar um fato como o acontecido e, como parte integrante da sociedade, fiquei surpreso com o jovem bailarino, mas além de aplaudi-lo com entusiasmo, desejo-lhe muito sucesso, pois, para o talento não existem limites.
(*) O tocador de sinos de Victor Hugo (1802-1885): personagem do romance Nossa Senhora de Paris (1831) traduzido para a Língua Portuguesa como O corcunda de Notre-Dame. Era feio e disforme, mas de bom coração.
Conclusão - Preste atenção ao expressar seu ponto de vista, ele pode ser o pensamento de outra pessoa, inclusive simultâneo.
Anedota do pedreiro chinês e a flor
Era uma vez um homem tolo e uma mulher travessa,
um pedreiro chinês, uma flor e uma construção no interior do País...
O homem não abriu os olhos, mas a mulher travessa abriu a flor...
O pedreiro chinês cheirou, durante longo tempo, a flor...
A mulher travessa virava massa uma vez por mês...
Até que um dia...
E assim termina a historieta do pedreiro chinês...
Quem gostou, leia mais de uma vez...
Quem não entendeu o sentido leia durante o mês...
CONTO DE FELICIDADE
Era uma vez um velho HOMEM maltrapilho, sujo e de longas barbas embranquecidas de tempo, e que vivia em uma espessa floresta de aspecto tenebroso...
(NÃO HÁ REGISTROS OU EXPLICAÇÕES PARA ESTE FATO...)
Mas, dezessete anos antes, ele era um nobre, rico e aventureiro, e podia ser encontrado bailando nos salões luxuosos e dourados dos palácios daquela época...
(MAS, FALTAVA-LHE TÊMPERO...)
Hoje, podemos observar um pequeno detalhe:
Ele encontrou a FELICIDADE...