ESTER
Neste véu que envolve o teu corpo,
que se emaranha por tua cabeça,
fica meio endireitado, meio torto,
nessa noite de escuridão espessa.
Nesta tua face de purpurina,
que muito esconde o longo véu,
corpo esbelto de dançarina,
confunde-se com as estrelas do céu.
Mas a tua beleza já coroada:
A mais bela jovem sem casta,
por todos os principes desejada,
o maior de todos se arrasta.
Mas de outro povo eras tu,
de cultura distinda deste império,
não pertencias ao povo hindu,
porém o teu caso era muito mais sério.
O rei lhe estendia a aprovação,
ela entrava nas suas recamaras,
era adorada, cantada em canção,
tinha pés doces de tâmaras.
Escolhida dentre todas as donzelas,
numa bela manhã, num lindo dia,
vestes douradas e amarelas
cobriam o corpo da bela judia.
Quem não conhece o lindo desfecho,
que concluiu esta história
pode-se ver em todo este trecho,
que foi o seu povo que teve a vitória.
(YEHORAM)