a minha poesia

por enquanto não se fez.

vai se fazendo, não tendo vez.

não serve pra libertar lendo,

não serve para deixar angustiado a chorar;

serve pra te aprisionar.

as vezes serve pra deixar revoltado,

na minha poesia pouco tem de angústia,

tem mais concreto, pedra e asfalto;

parece mais um bêbado, vencido e caído

falando de algo que ninguém quer dar ouvidos

a minha poesia serve pra mostrar

tudo e ao mesmo tempo nada.

pra ser flecha, arco e ferido morto na calçada.

pra demonstrar que o que eu sinto

não tá valendo quase nada...

e que o dinheiro vai comprando o sangue.

pelo adentrar dos bailes pela madrugada,

serve pra me mostrar de besta, ou vagabundo

serve pra mostrar a minha egoísta volta ao mundo

serve pra dizer a todos que não serve pra nada

e de tudo que conseguir escrever

eu sou bem mais profundo...

e bem mais molhado que a água...

Leondidas Junior
Enviado por Leondidas Junior em 10/12/2010
Código do texto: T2664478
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