METROPOLITANOS - III
Corpo de asfalto
Flora para canteiros
A beira do outono cinza
Da janela que espelha
Acintes dos cotidianos
A chuva carga que se basta em janeiro
Verde brotando pelo concreto, outeiro
Pálidas de pele macilenta
Refregas pelo Sol que demora a sair
Vinde mesmo que tardia
Essas cores do verão
Debruça pelas avenidas
A falta que faz essa paixão
Dias seguidos sem minha sereia
Eu, náufrago nesse mar cinzento
Na espera desses beijos que me anseia
No escuro gelado da rua
Trafegando em tantas embarcações
Cimento, aço & feras que rondam
Tantos apertos, sofregos corações
A cidade espera a tarde que brilha
Na lágrima que seca, face estreita
Um passo no largo a caminho da Luz
Palpita um cisco na retina.
Peixão89