In.tento
Finjo a fuga
da ciência minha
para a inocência
- tua. Sou eu assim
arlequim dançante
feito o pingo
que pende e paira
hesitante
sobre o teu sim
Sou a interrogação
que a razão
vacila
A cadência de um
talvez em arroubos
rouba-nos os dias
e uma brisa fria
que à noite corre
sibilante
feito suor gotejante
pouco a pouco
nos congela, nos excita
És a baforadada
que na pele
crepita
E de tudo aquilo
o que mais aflige
e amarga o âmago
de certezas
do meu ser
é este mal
tão teu
que teima
em me quer
tão bem
E nosso intento
divergente
se reúne finalmente