Uma doce fera...
Sai dia... entra dia... e lá está ela,
Sempre bem disposta e sorridente,
Cabelo agora grisalho, vestido impecável,
Perfume gostoso e sempre contente...
Ah, o cheirinho de sua comida!
É algo indescritível, nada supera...
Tão justa e carinhosa , tão pequena
e tão grande essa doce fera!
Sabe ler meu olhar e nem adianta
Inventar...disfarçar...negar...
Sabe que estou triste
E o que irá me alegrar...
Nunca diz que está cansada,
Tem sempre uma palavra de carinho
Nas mãos traz afagos de seda...
Adoro afagar seu cabelo lisinho!...
Quando sorri, sinto que meu dia
Será de sol mesmo chovendo...
Quando se zanga e fala e fala e repete
Finjo nem perceber,
Desconverso concordando por dentro...
Mas quem sou eu e o que fazer
Sem essa meiga e doce criatura?
Que esquece dos seus problemas,
para viver os meus e me atura?
Esse doce ser, essa pequena fera,
É você minha mãe querida!
Que tem afagos tão meigos
Que curam qualquer ferida!
Deixa que hoje eu lhe diga
Do imenso amor que trago no peito...
Deixa eu dizer da minha gratidão,
Dizer que hoje lhe entendo...
Deixa que nessas poucas linhas,
Eu declare todo o meu carinho com ardor...
E beije sua fronte de rainha!
E lhe confesse esse imenso amor!...
Mary Trujillo