PREGANDO NO DESERTO

(Rubens Monteiro de Lima - A violação de direitos autorais é crime. Lei Federal 9.610, de 19.02.98.)

O sol nasce se vingando

e queima inocênte.

A seca cai da acéquia

fazendo a sede chegar na gente.

Crianças com muito

medo de crianças.

As sobras de pão

insinuando esperanças.

Sei que errei

pensando só em mim.

Sei que todo começo

tem seu fim.

Seria poético encontrar

olhos brilhantes.

Somos pisados e ingnorados

pelos gigantes.

O medo é normal

em nossa frequência.

O "apocalipseologiambiemtal"

é nossa consequência.

Somos vítima

da nossa própria consiência.

Somos cobaias

da primária ciência.

Não se tem paz

tendo muito dinheiro.

A luz do mundo

é um carpinteiro.

O carro fúnebre leva

os heróis de nossa História.

O dilúvio ainda está

em nossa memória.

Toda dúvida

é a véspera da certeza.

Todo rico tem medo

da pobreza.

O madapolão caro

em velórgio nobre.

Uma vela queimada

é o velório do pobre.

A lareira álgida

espera o ígneo.

O hierofante hoffmanniano

pensa que existe o zodígneo.

O sopro de vida

correndo da morte.

Algo surreal

do sul ao norte.

Falam que todo destino

depende da sorte.

A fraqueza derruba todo homem

que pensa que está forte.

Pedófilo camuflado

de cristão.

Almorávida pregando

falsa comunhão.

Os antigos ainda em vão

estão nas romarias.

Deus com muita compaixão

abrevia os dias.

Israel tiba

de profetas do inferno.

Hoplita derrotado

em pleno inverno.

Súmulas de Nieta

esquecidas nas gavetas.

Versos de um poéta

que nunca estudou letras.

A saudade de alguém

bastante querido.

A guerra hereditária

deixa alguém ferido.

Todo curioso

esperimenta o proibido.

Nem tudo o que é dito

entra em cada ouvido.

Praticam o sexo

sem romantismo.

Deixam o Evangelho

e praticam o espiritismo.

Todo mundo querendo

ir para América.

O funk não passa

de uma noitada elétrica.

Jovens fazem da bola

instrumento de trabalho.

O verdadeiro caminho para vitória

não tem atalho.

O hipocondríaco solitário

em sua cama.

O réu orizófago

numa cela pena seu drama.

Reina um zoófito

na tranquilidade do jardim.

Desaparece pelo deserto

o zéfiro que soprava em mim.

O barquinho navegando

na tela de um artista.

A Lagoa Juparãnã

é a paixão do turista.

A biltra sente a velhice

tirar a sua beleza.

O velho sábio

faz da idade a sua riqueza.

O aedo monodia

uma tragédia esquecida.

O resto do resta

do resta de uma vida.

O juiz revelando seu dandismo

com mediocridade popular.

A medusa queima com seu abraço

alguém em seu mar.

Quem fala verdade

corre o risco de ser calado.

Quem ainda tem terra ,mata,

para não ser desapropriado.

a biagamia de uma dama

da alta sociedade.

Um " verme-político"

que comprou uma cidade.

O "homem-bomba" explode

pensando no "Paraíso".

Ainda há tolos que acham

que Maomé tinha juizo.

Os livros são rasgados

e jogados no lixo.

O macaco que pensar mais,

não deixa de ser bicho.

Israel até hoje não tem paz

porque rejeitou o Messias.

Um "País-brasil" com leis políticas

cheias de anistias.

O "Big Ben" é a teoria sobre o Universo

Que não tem funtamento.

A síndrome de Caím

é febre do momento.

Deus tira por menos

para não somar sua ira.

A Verdade de Deus não nos condena,

o que nos condena é a nossa mentira.

RUBENS MONTEIRO DE LIMA
Enviado por RUBENS MONTEIRO DE LIMA em 08/12/2010
Reeditado em 16/10/2013
Código do texto: T2660708
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