Anseios

Anseios

Quem dera-me estar entre os convivas

Deste banquete folgado de riquezas,

Participar das orgias reais destas vidas

Que vivem ocultas ébrias sob as mesas.

Quem dera-me num instante de ventura

Beber deste vinho que nos é furtado,

Taça a taça sentir a distinta formosura

Do hálito mentiroso deste mal agrado.

Se não for por mérito real grandioso...

Que não seja oculto sob um tapete

As grandes realizações de falso gosto

Á punhos tiranos de envenenada beleza.

E em meio aos patriarcas desse ninho

Gorjear o brado do ferido eu hei de fazer,

Vesti-me da inocência de um menino

Ao combate suntuoso de bem querer...

Daquele que pranteia aflito por fome!

Daquele que é deixado a só esquecido,

Ao roto de vestes, que só tem o nome,

Ao ancião com um olhar triste e ferido...

Ao jovem que morre em seu silencio...

Ao estandarte de uma graça maculada,

Ao sorriso que corre ao rosto trêmulo

E à vida, que anda fadonha e sem graça...

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Oziney Cruz
Enviado por Oziney Cruz em 08/12/2010
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2660324
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