Incessante instante

"Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,/ Nos turbilhões quiméricos do Sonho, / Passe, cantando, ante o perfil medonho / E o tropel cabalístico da Morte..." (João da Cruz e Souza, poeta simbolista catarinense)

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Por que será que as flores murchas

Não se negam nunca a adornar o chão;

Revigoram-se no orvalho matutino

Sorriem à escarpa do inevitável destino

E murcham no fulgor da glória em vão.

Assim está minha murcha viva vida

Perfeita no meu arvoredo de ilusão;

Adornada com as flores indolores

Das multifaces de efêmeros amores,

Aguados sob o desatino da paixão.

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Revoa sobre mim incessante colibri,

Goza-me no eterno refugo deste coração;

Longe da calma sombra dos altares refeitos

Que perpetuam núpcias de amores desfeitos,

Reacende minh’alma no teu instante de tesão.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 16/10/2006
Reeditado em 16/10/2006
Código do texto: T265975