AMOR FEBRIL
E no meu corpo uma febre avassala
ponho para fora as minhas dores
uma fraqueza nos ossos me abala
e meus pensamentos são de amores.
E o suor no meu corpo, o frio,
estremece cada tendão meu
e por dentro que mora um vazio,
um vazio do tamanho teu.
E parece que me assassinaram,
que fiquei prostrado ao apanhar.
Por que não ouvir que me amaram
se nada nos custa o amar?
Nesta senda que me enveredei,
numa terra de sonho de rei,
só me resta entregar-me ao sono,
lânguido de abandono.
E eu, aos céus, rezei bem baixinho,
confessei com uma folha no vento;
roguei para não estar sozinho,
ou perdido no meu pensamento.
Falei de ti para o meu coração,
apesar dele não usar a razão,
desviou-se da tua face tristonha
que me olhava suplicante,
mas não vacilei um instante,
meu pobre coração que sonha.
Mas meu corpo cansado e doente,
doente e fraco de amor,
espera pela luz clemente,
na força do nosso Senhor.
(YEHORAM)