Omisso
Sou mal falado pelas bocas do inferno
Quando rasgam o céu da boca
De um espírito eterno que habita esse espelho
Infinitamente escuro e vazio
Feito o universo sem estrelas
e tão frio quanto o inverno.
Sou covarde feito um pássaro amarelo
Que fede a medo e bosta esverdeada
De cavalo velho quando bate a asa
Não sirvo conselho e nem sigo
Apenas faço um apelo
Para os que dormem fora de casa.
Eu sou vermelho como um índio
Armado com arcos e flechas
Perseguindo um caçador perdido
Dentro de uma floresta ao pulsar
Raiva e desejo de matar algum selvagem.
E também sou branco feito pele de coelho
Mas, não de qualquer coelho
E sim, de um coelho macabro
Que escapou de uma cartola mágica
E fez de uma cena trágica
O circo dos horrores.