Conciliem-se o paço e a choça

Vagando frio pela noite da existência,

Lábios ressecados do orvalho intenso.

Mesmo sem o desejar é no que penso,

Com olhos lassos fixados na dormência.

Diante da noite escura é um arremedo,

Dessa vida que se esvai copiosamente,

Não deixa sequer no verbo a semente

O que retém eternamente o seu medo.

Procurando entender esse difuso drama,

Na busca insana que só faz embrutecer,

Vendo sempre o sangue que se derrama,

Esvaindo-se sob os pés na sina profana.

Creio que a busca no final é por morrer,

Pois só há vida na paz de cada choupana.

Brasília,DF, 07 de dezembro de 2010.

Claudio Reus
Enviado por Claudio Reus em 07/12/2010
Reeditado em 15/03/2011
Código do texto: T2657743
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